Neste Dia do Estudante, o Governo de Minas promove, nesta segunda-feira (11/8), o Dia D da Busca Ativa Escolar. A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), mobiliza milhares de profissionais e estudantes em todas as regiões do estado para reforçar a importância da permanência escolar e combater a evasão por meio de ações concretas junto às comunidades.
A estratégia, que integra o calendário da rede estadual, reúne atividades como mutirões de visitas às famílias, passeatas, mostras escolares, oficinas, apresentações culturais e rodas de conversa. Todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) participam da mobilização, com o envolvimento direto de gestores, professores e equipes pedagógicas.
“A Busca Ativa Escolar é mais que uma ação pontual, é uma política pública contínua que valoriza o estudante, identifica os motivos da evasão e promove o acolhimento. A educação é um direito e um instrumento de transformação social, e é nosso dever garantir que cada jovem mineiro esteja na sala de aula, aprendendo e construindo seu futuro”, afirma o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares.
Mobilização em todo o estado
O Dia D tem como objetivo fortalecer os vínculos entre estudantes e escola, tornando o ambiente escolar mais acolhedor e participativo. Em diversas unidades, os próprios alunos assumem papel de protagonistas: produzem peças teatrais, participam de concursos culturais, elaboram vídeos e campanhas de conscientização. Essas ações estimulam habilidades de liderança e expressão, além de mobilizar a comunidade escolar em torno do valor da educação.
“Neste Dia do Estudante, convoco nossos alunos, pais, responsáveis, comunidade escolar e profissionais a nos ajudar nessa força-tarefa para que os estudantes infrequentes voltem aos estudos e retomem sua trajetória escolar, porque lugar de estudante é na escola”, reforça a subsecretária de Articulação Educacional, Cláudia Lara.
Resultados concretos
Desde 2019, a SEE/MG vem coordenando ações estratégicas para prevenir e enfrentar a infrequência, o abandono e a evasão escolar, garantindo o direito à educação e fortalecendo a permanência dos estudantes.
Em 2023 foi lançado o Plano de Enfrentamento ao Abandono e à Evasão Escolar nas Instituições Estaduais, que definiu diretrizes para equipes escolares e regionais monitorarem e intervirem junto a alunos em situação de risco.
No ano seguinte, a Secretaria implementou a Política Estadual de Busca Ativa Escolar – “Lugar de Estudante é na Escola”, regulamentando procedimentos para identificar crianças e adolescentes com frequência irregular e adotar medidas pedagógicas e administrativas em parceria com órgãos como Conselho Tutelar, Ministério Público, Cras e Creas.
Também em 2024, Minas Gerais firmou parceria com o Unicef para adesão à Plataforma Busca Ativa Escolar, metodologia específica para localizar e reintegrar estudantes que abandonaram os estudos. A ferramenta vem sendo implementada gradualmente na rede estadual em 2025, oferecendo suporte adicional a escolas e regionais para potencializar resultados.
O impacto é expressivo: em 2023, cerca de 68 mil estudantes infrequentes ou em situação de abandono retornaram às salas de aula. Em 2024, o número subiu para 98 mil. Somente em 2025, aproximadamente 45 mil alunos já retomaram os estudos.
Histórias de recomeço
A trajetória da estudante Yasmim Reis, do 8º ano da Escola Estadual Barão do Rio Branco, em Belo Horizonte, exemplifica o alcance da estratégia. Após um período de faltas recorrentes, ela foi identificada pela equipe pedagógica, acolhida e motivada a voltar. Hoje, frequenta as aulas, atua como menor aprendiz e sonha em ser médica veterinária.
“A escola é muito importante, principalmente para quem quer um bom emprego. Mesmo que a pessoa tenha repetido de ano, o mais importante é voltar. Nunca é tarde para recomeçar”, afirma Yasmim.
Na escola onde estuda, a rotina inclui recepção diária dos alunos na portaria, registro de atrasos e comunicação imediata com a gestão em casos de faltas frequentes.
“Recebemos os alunos todos os dias e acompanhamos de perto a frequência. São medidas simples, mas eficazes. O resultado aparece quando vemos nossos estudantes voltando e se sentindo parte da escola”, explica a diretora Valéria Medeiros.