13 de abril de 2025

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Agência Minas Gerais | Exportações do agro: março traz novos recordes e aponta oportunidades do cenário externo

As exportações do agronegócio mineiro acabam de registrar seu melhor trimestre da série histórica, iniciada em 1997. O setor se consolidou à frente dos resultados da mineração com uma fatia de 45,3% do total das exportações do estado, número que cresceu desde o último balanço, que registrou 43%. A receita gerada pela venda de produtos do agro atingiu US$ 4,5 bilhões, com um volume de 3 milhões de toneladas. O destaque desse levantamento, no entanto, é o crescimento de mais de 260% na exportação de ovos, impulsionada pelo surto de influenza aviária que varreu os Estados Unidos.

O mês de março também se revelou o melhor desempenho de um mês isolado em toda a série histórica. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, observou-se um crescimento de 26% na receita de janeiro a março, embora o volume tenha registrado uma redução de 14,2%. O levantamento também apontou valorização do preço médio das commodities agropecuárias por tonelada de aproximadamente 47%. Já os produtos exportados pelos demais segmentos da economia mineira valorizaram, em média, apenas cerca de 13%.

O café continua sendo o principal produto exportado pelo estado. Foram US$ 2,9 bilhões em receita para 7,8 milhões de sacas comercializadas. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, esses valores representaram aumentos de 77% no valor e 3% no volume. A commodity foi responsável por 64% da receita total do agronegócio mineiro, reforçando sua importância no cenário econômico do estado. 

O estado segue firme como o terceiro maior  exportador de produtos agropecuários do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. A produção mineira chegou a 150 destinos internacionais neste trimestre. Entre eles, destacam-se a China (19%), os Estados Unidos (13%), a Alemanha (10%), a Itália (5%) e Japão (5%).

Cenário internacional

A novidade são os ovos. O produto teve um incremento notável nas vendas, principalmente para o Chile e Estados Unidos, país que deve manter a demanda alta devido aos problemas com a influenza aviária. A venda cresceu 266% em valor, alcançando US$ 4 milhões, e 153% em volume, totalizando 2 mil toneladas e marcando sua trajetória ascendente no mercado internacional. A título de comparação, de janeiro a março do ano passado, houve cerca de U$ 1 milhão de receita, para 809 toneladas de ovos exportadas.

Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, a conjuntura internacional vem favorecendo as exportações mineiras. “O status sanitário diferenciado dos nossos produtos, combinado com preços competitivos, tem sido determinante para esse desempenho. Além disso, o ovo tem se consolidado como alternativa proteica acessível em um cenário global de pressão inflacionária sobre alimentos básicos”, analisou. O secretário também acredita que, com o embate comercial entre EUA e China, o agro brasileiro será opção estratégica para a China adquirir soja e carnes. “O desafio é equilibrar oportunidades com redução de dependência comercial”, comentou Thales.

Mais destaques

As carnes continuam com participações de respeito nas vendas mineiras para o exterior. O segmento registrou aumento de 23% na receita, o que significa US$ 385,4 milhões e 115 mil toneladas enviadas para o exterior, uma significativa recuperação nas vendas de todas as proteínas. As carnes bovinas obtiveram receita de US$ 269 milhões e volume de 57 mil toneladas, com acréscimos de 19% e 8% na receita e volume, respectivamente, puxadas pelo aumento das vendas para os Estados Unidos em 148%. 

Minas Gerais também registrou crescimento nas exportações de carne de frango, impulsionado pelo aumento da demanda dos principais países compradores. A receita totalizou US$ 94,8 milhões, com um volume de 49 mil toneladas. Já os suínos, somaram US$ 18 milhões em vendas de carne, com um volume de 8 mil toneladas.

Desafios

O levantamento também mostra que o complexo sucroalcooleiro (açúcares e álcool) enfrentou um trimestre desafiador, com quedas de 50% no valor e 46% no volume, frente a US$ 255 milhões em receitas. A retração é, em grande parte, devido à baixa nos preços internacionais do açúcar e do etanol. 

Outra retração no trimestre foi do complexo soja, composto por grãos, farelo e óleo. O segmento apresentou receita de US$ 546 milhões e volume de 1,4 milhão de toneladas, significando quedas de 18,3% no valor e 8,8% no volume. No entanto, há sinais de recuperação: março apresentou melhora significativa nos embarques, impulsionada pela entrada da nova safra e pela demanda aquecida de parceiros asiáticos.

Já o grupo de produtos florestais, representado por celulose, papel e madeira, registrou receita de US$ 243 milhões, com retração de 15%. Todos os produtos sofreram quedas em valor, volume e preços, refletindo a desaceleração de grandes economias importadoras e problemas com fretes marítimos, que ainda impactam a logística global.