7 de abril de 2025

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Campo Grande executa Plano de Atendimento à Pessoa com TEA e se torna referência nacional com ações pioneiras na rede pública de saúde

Em alusão ao Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), tem executado à risca o Plano de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), lançado em maio de 2024. Desde o lançamento, o município já avançou com a instalação de uma sala TEA na UPA Universitário e a realização da capacitação de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros da Rede de Atenção Primária em Saúde de Campo Grande.

O plano propõe uma abordagem integral, estruturada em todos os níveis de atenção – desde a Atenção Primária à Saúde (APS) até os serviços de Urgência e Emergência –, assegurando acolhimento, diagnóstico precoce, encaminhamento e suporte contínuo às famílias.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, destacou a importância da iniciativa como um marco na política de inclusão em saúde. “Falar de TEA é falar de cuidado e empatia. O plano representa o compromisso da gestão com um olhar atento às necessidades de cada criança, garantindo que nossos profissionais estejam prontos para acolher, encaminhar e acompanhar essas famílias com dignidade e respeito”.

Como ações concretas, a Sesau realizou no dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, capacitação de médicos e profissionais da Atenção Primária à Saúde, com foco no reconhecimento precoce dos sinais de TEA, uso de ferramentas clínicas adequadas e orientação às famílias. A capacitação envolveu profissionais das Unidades de Saúde da Família, da Rede Psicossocial e da Rede Especializada, além de profissionais de outras instituições e secretarias municipais de saúde do interior.

A médica psiquiatra e coordenadora da RAPS, Gislayne Budib, reforçou que o conhecimento técnico e a empatia são pilares fundamentais, principalmente na Atenção Primária em Saúde, porta de entrada do SUS (Sistema Único de Saúde). “O TEA não é uma doença, é uma forma diferente de estar no mundo. O diagnóstico precoce permite intervenções que respeitam o tempo e as necessidades de cada criança. Nosso foco é capacitar os profissionais para aplicar ferramentas adequadas, identificar sinais de alerta e acolher as famílias com orientação e suporte.”

Salas sensoriais

Outro destaque do plano é a criação de salas sensoriais TEA em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Campo Grande caminha para ser a primeira cidade do país a contar com espaços sensoriais em unidades de urgência e emergência do SUS, promovendo conforto e acolhimento às pessoas com autismo em momentos críticos de atendimento.

A primeira sala, inaugurada em outubro de 2024 na UPA Universitário, foi projetada com base em conceitos de neuroarquitetura, respeitando os princípios da neurodiversidade. O espaço conta com brinquedos lúdicos, pintura suave, tapetes de borracha, luz ambiente adaptada e recursos como aromaterapia e musicoterapia.

A médica consultora do projeto, Fernanda Daniela Fávero, colaborou com a adequação do espaço, incluindo a escolha de mobiliário seguro e o uso de cores que promovem calma e equilíbrio, como o azul, símbolo da campanha de conscientização do autismo.

A coordenadora da Rede de Urgência, Ana Cangussu, ressaltou que o projeto é pioneiro e terá continuidade. “A estimativa da OMS é que pelo menos 1% da população tenha TEA — o que representa cerca de 9 mil pessoas em Campo Grande. Nossa missão é garantir que essas pessoas tenham atendimento adequado, com acolhimento, empatia e eficiência. A meta agora é expandir esse modelo para outras unidades em 2025”.

Além disso, há também sala sensorial no CAPs Infantil, destinado ao tratamento de crianças e adolescentes.

Dados reforçam necessidade da iniciativa

Entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, a rede municipal de saúde registrou 2.654 atendimentos relacionados ao TEA, com base no CID associado ao transtorno. A maior parte dos atendimentos ocorreu entre crianças de 5 a 9 anos (1.058 casos), seguidas pelas faixas de 10 a 14 anos (645) e 3 anos (133). Os números evidenciam a importância de uma política estruturada para lidar com a crescente demanda por serviços especializados.

A superintendente da Rede de Atenção Básica da Sesau, Ana Paula Resende, lembrou o papel central dos profissionais da ponta na triagem e acolhimento. “As crianças com TEA vivem no território, junto com suas famílias. Por isso, os profissionais da atenção primária precisam estar capacitados para identificar os primeiros sinais, acolher e encaminhar aos serviços de referência”.

O médico Paulo Henrique Tognini, diretor técnico do Centro de Especialidades Médicas, que esteve presente na capacitação, destacou a importância do diagnóstico assertivo. “Um diagnóstico bem-feito é fundamental para o tratamento adequado. Essa capacitação ajuda a evitar equívocos e garante que o paciente receba a atenção que realmente precisa”.

Compromisso contínuo

A Secretaria de Saúde (Sesau) tem desenvolvido diversas ações estratégicas voltadas à qualificação e fortalecimento da rede de atenção à saúde, com ênfase na saúde mental e no cuidado à pessoa com deficiência. Entre essas ações, destaca-se a realização de capacitações programadas ao longo de todo o ano para os profissionais da saúde, garantindo atualização contínua e aprimoramento do atendimento.

Além disso, o município conta com espaços coletivos permanentes para discussão e articulação de políticas públicas, como o Grupo Condutor Municipal da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD), a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (COMPED), a Comissão Interssetorial da Pessoa com Deficiência e a Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde (CMS).

Outro ponto importante é a execução do Plano Municipal do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que já está em prática, demonstrando o comprometimento do município com o cuidado integral à população autista. A publicação oficial deste plano tem como objetivo institucionalizar e dar visibilidade às ações que já vêm sendo desenvolvidas, assegurando sua continuidade e fortalecimento. Essas iniciativas reforçam o compromisso da Sesau com a promoção da inclusão, do cuidado humanizado e da articulação intersetorial.

O Plano de Atendimento à Pessoa com TEA de Campo Grande se baseia nas Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com TEA (2014) e na Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas com TEA (2015), estabelecidas pelo Ministério da Saúde. A proposta é manter a cidade como referência nacional na inclusão e no cuidado integral a pessoas com autismo, dentro do SUS.

Assim, a campanha Abril Azul, que marca o mês da conscientização sobre o autismo, foi o momento simbólico de lançamento dessa nova fase na saúde municipal — voltada para mais humanidade, técnica e compromisso social.

#ParaTodosVerem A imagem de capa mostra os participantes da capacitação. Na sequência a secretária Rosana Leite. Depois vem a Dra Gislayne – de blusa azul. As imagens restantes são da capacitação dos médicos e enfermeiros, e da Sala TEA da UPA Universitário. 

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