Agência Minas Gerais | Museu Casa Guimarães Rosa tem mostra que celebra o centenário do gravurista Poty Lazzarotto
O Museu Casa Guimarães Rosa, que completa 50 anos no dia 30/3, deu início às celebrações referentes à data e inaugurou, no dia 14/3, durante a 6ª edição da Noite Mineira de Museus e Bibliotecas, a exposição “Poty Lazzarotto nas artes em argilogravura: um passeio pela literatura de Guimarães Rosa a partir da arte em cerâmica”, do artista e educador Fábio Brasileiro. A mostra pode ser vista até dia 28/4 e é uma homenagem ao centenário de Poty Lazzarotto, gravurista que criou as ilustrações para os principais livros de Rosa entre os anos de 1956 e 1983.
A união entre a cerâmica e a literatura convida os visitantes a explorarem as metáforas do fogo, da luz e da iluminação presentes na literatura de João Guimarães Rosa, através das argilogravuras inspiradas nas ilustrações de Poty Lazzarotto.
São peças únicas que evidenciam as conexões entre o “texto-escrito” de Guimarães Rosa e o “texto-desenho” de Poty Lazzarotto, elementos indissociáveis para a compreensão da obra do escritor roseano, na perspectiva do ceramista Fábio Brasileiro, autor da mostra: “Para mim, as ilustrações de Poty compõem o corpo das mensagens de Guimarães, sem as quais não seria possível entender com profundidade o universo de sua obra”.
Todas as obras da exposição estão disponíveis ao toque para as pessoas com deficiência visual. A proposta é que por meio da experiência sensorial elas possam ampliar a experiência de leitura da obra roseana, conhecendo o texto e as estórias, além das ilustrações feitas para “Sagarana”, publicado em 1946, que atualmente não são mais publicadas em livro.
Poty Lazzarotto
Poty, como assinava seus trabalhos, foi um dos grandes gravadores de sua época, além de desenhista, ceramista e muralista. Com Guimarães Rosa, criou as ilustrações para os principais livros do escritor, lançados pela Livraria José Olympio Editora, entre os anos de 1956 e 1983.
Museu Casa Guimarães Rosa
Inaugurado em 1974, o Museu Casa Guimarães Rosa está localizado na cidade de Cordisburgo (MG), sendo uma instituição dedicada à preservação da memória biográfica e literária de um dos maiores escritores da literatura nacional. Os documentos, fotografias e objetos do acervo do Museu refletem aspectos da vida pessoal de Guimarães Rosa, além de sua atuação profissional como médico, escritor e funcionário do Ministério das Relações Exteriores.
O Museu Casa Guimarães Rosa está instalado na casa onde Guimarães Rosa nasceu e viveu os primeiros anos de sua infância (1908 – 1917). O edifício é composto pela residência onde a família Guimarães Rosa habitava e pela venda mantida pelo pai do escritor, “seu” Florduardo, ou simplesmente “seu Fulô”.
No Museu, o visitante tem a oportunidade de conhecer o universo mágico do sertão mineiro, onde Guimarães Rosa nasceu e se formou. Da infância na “Venda do Seu Fulô”, onde ouvia as histórias fantásticas dos vaqueiros e fregueses de seu pai, à atuação como Cônsul no Rio de Janeiro, Hamburgo, Bogotá e Paris, a vida do escritor está retratada no acervo, nas exposições e nas ações que o Museu desenvolve.
Atualmente, o Museu Casa Guimarães Rosa exibe a exposição de longa duração Rosa dos Tempos, Rosa dos Ventos, que proporciona uma imersão nos espaços residenciais da Família Guimarães Rosa e na literatura de seu membro mais ilustre. O universo rosiano e sertanejo se mesclam oferecendo ao público uma mostra da genialidade de Guimarães Rosa como escritor, médico, cônsul, pai, filho, marido e membro da Academia Brasileira de Letras.
Noite Mineira de Museus e Bibliotecas
A Noite Mineira de Museus e Bibliotecas é uma ação realizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult/MG), por meio da Superintendência de Bibliotecas, Museus e Economia da Criatividade, com apoio da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) e da Diretoria de Museus (DIMUS). A edição de estreia de 2024 aconteceu no dia 14/3), com uma programação gratuita em equipamentos culturais de todo o estado.
A iniciativa propõe a extensão do horário de funcionamento dos equipamentos culturais em Minas Gerais, uma vez ao mês, para que os visitantes que trabalham ou estudam em horário comercial tenham a oportunidade de participar de exposições, saraus literários, clubes de leitura, encontros com escritores/as, oficinas de arte, exibições de vídeos, instalações culturais, performances artísticas, shows, apresentações de dança, espetáculos teatrais, realização de empréstimo de livros, dentre outras atrações, durante a semana.